domingo, 20 de maio de 2012

Espera


Estou aqui
Esperando alguma hora acontecer
Faz meses que não lembro como é
Me confundo com ilusões de sentimentos
Me distraio pensando em você
Ás vezes sei que não surge nada
Talvez o problema seja eu
Ou talvez eu te agrada
E não cumpra o que a vida prometeu


Estou aqui
Esperando algo surgir do nada
Não procuro no lugar certo
Talvez por que o lugar errado
É o único lugar que me distraia
E o lugar certo traz à tona
O medo de falhar de novo
E dormir no mesmo coito de desgosto
Que desde sempre te maltrata


Estou aqui
Esperando até demais, sozinho
Aguardando o momento de sair do escuro
Ignorando a completa falta do carinho
Que um dia recebi, apesar de tudo


Não tenho medo de me machucar
Algo que há tempos vim a superar
Mas quando duas pessoas começam a se gostar
Apenas uma delas sai ilesa
Pois a outra agoniza em tristeza
Por ter feito a tolice
De se apaixonar.
(Leonardo Trovão)

sábado, 19 de maio de 2012

Iludido

Tranquilo, calmo e satisfeito
Assim eu estava ao te encontrar
Apenas uma garota qualquer
Se és assim tão comum, por que causa tanto estrago
comigo, com o meu coração já amargo?
Não consigo entender seu poder
Me tirando do sério sem nem perceber
Me trazendo à vida até com mentiras
Me fazendo sofrer quando não da notícias. 

Não consigo entender, realmente
Não vamos dar certo juntos
Nem das mesmas coisas gostamos
Nem os mesmos locais frequentamos.
Nem me impressiono com sua beleza
Por isso não sei de onde vem essa fraqueza
Não consigo imaginar porque tanto me apego
Depois de um tempo pensando apenas no ego
Paro um pouco e me deixo de lado assim
Por alguém que nem gosta de mim

Passar um tempo contigo
É tudo o que desejo
Esse sacrifício que faço por mim
Não sei de onde surge a coragem
Não sei de onde tiro a vontade
De continuar a me machucar tanto assim.
É como se valesse a pena tentar
Mesmo sabendo que não vai rolar
Mas desistir não é opção
Tenho que fazer, tenho que falar
Tenho que te ver

Algo em você me faz sentir como
Se eu fosse morrer amanhã
Por isso vivo o hoje contigo
Pois se amanhã ainda estiver sozinho
Nego-me a morte e vago entre os vivos
Como uma alma vazia em busca de abrigo

Seus olhos não brilham tanto assim
Sua pele é normal, macia e bonita
Seus cabelos longos e loiros dão charme e beleza
Mas nada disso justifica a sutileza
Com que entraste em minha vida
Fazendo novamente abrir uma ferida
Ferida profunda, que não cicatriza jamais
Como posso estar sentindo isso de novo
Decepciono-me com tantas coisas banais
Algo que já devia ter aprendido
Me deixa à mercê de você
Como um animal ferido
Derrubado pelo charme de uma qualquer.

Ah! Mas foi aí que me enganei
Por achares que tu fostes uma qualquer
Esse tempo todo te subestimei
E até temo que tu já previas 
Que isso iria acontecer dessa forma
Ou tu não tens ideia do seu poder
E faz estragos assim sem perceber
Ou sabes que carregas um charme brutal
E se vinga de mim todo dia
Por um crime que cometi em outra vida

Não consigo mais pensar direito
Me ponho a escrever com receio
De que tu entendas a minha mensagem
Me sinto um fraco em admitir que me tens
Me sinto mal cada vez que te ignoro
Pelo meu próprio bem
Me sinto um nada ao imaginar
Que planejaste chegar aonde chegou
De que tenhas ideia do poder que tu tens
À garota qualquer que me fez de iludido
Eu digo
Parabéns.
(Leonardo Trovão)
  

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Passado pt. 1

A dor, a mais longa que há
É a dor de não saber onde você está
Finjo não ligar, não sei se engana
Mas sempre a procura de alguma abertura


Dias, semanas, a vida continua
Numa sofrida aventura rotineira
Tudo aquilo que parecia sob controle
Perde sentido, me sinto em desfoque
Mesmo sabendo que é coisa passageira
Insisto no erro, repito a tortura
Dói, dói mesmo, mas penso
É na dor que amadureço, e cresço.


Novas pessoas, novas amizades
Algo promissor, eu deixo à parte
No aguardo de algo que sei que nunca virá
Me pergunto se desse sonho eu vou acordar
Se não acordar, não tenho esperança
E se acordar, fica sempre a pergunta
Será que é o certo, o correto?
Será esse o destino traçado?
Uma pessoa, duas vidas decididas
Uma vida, dois ramos nascentes
Que morrem ao se deparar com o real
Da situação atual, surreal destino banal


Aconteceu com tanta gente, eu penso
Mas é algo que insiste em bater
Será que dos erros eu não vou aprender?
Nas dores da dúvida, me vejo em você


Outro dia nasce sem cor
Já até me acostumo com a dor
Esqueço, deixo tudo de lado por hoje
Mas a dor, com quem quer que fosse
Faz doer até meus ossos da face


Meu amigos, ah, meus amigos!
Sempre me ajudam, sempre ao meu lado
Procuram confortar no calor de um abraço
Nunca me deixam sozinho em desgraça
Devo-lhes minha vida, minha alma
Quem mais proporcionaria tamanha alegria?
Quem mais confortaria minha estima quebrada?


Do mais me despeço de ti
Dois segundos depois me arrependo
Viro de costas, ignoro, me esforço
O esforço parece queimar
Tão difícil é te ignorar
Tão fácil seria voltar a te amar
(Leonardo Trovão)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sonho

Era apenas um sonho...
Primeiros contatos, prevejo tudo
Como se nunca tivesse acontecido
Assuntos avulsos, aquieto e escuto
Mais que interesse, demonstro fascínio
Cada palavra, escrita ou falada
Interpreto cada momento de forma ensaiada
Uma peça, dirigida por duas pessoas estranhas
O resultado disso, mesmo que evidente pra ambos
Insisto em pensar no pior, sempre
A insegurança da certeza, presente pureza
Momentos ridículos são charme e beleza


Um dia que dura um mês de espera por ti
Algo que pensei não voltar a surgir
De repente, está lá, ao alcance de ambos
Inseguros, incertos, sem pensar, abraçamos
Rindo à toa, rindo do mar e da grama
Ansioso pelo toque, o calor da pele, tão quente
Tão bom tua provocante pele flamejante
Lábios vermelhos, língua de movimentos trêmulos
Como aproveito cada momento pleno de prazer extremo!


É tudo tão certo que nem penso mais
Se é correto ou um erro, sigo sem medo do erro
Só penso direito a dez metros de ti
Não é mais fraqueza pensar em sentir
De repente, dependo disso pra tudo
Viver, sofrer, crescer e morrer
Ânsia de prazer ao pensar em te ver
Tudo acontece em meros momentos
Aproveito de tudo, saboreio os segundos


Era apenas um sonho, eu penso
Sonho bom esse, extenso
Acordar é o pesadelo presente,
Querer acordar é o morrer de uma vida perfeita
Sem acreditar, me encontro demente
No cargo de ser minha metade, estás eleita
Bêbado de amor, sóbrio da solidão,
Mas acima de tudo, contente


Dias, semanas e meses a fio
Passam rápido assim, tão rápido
Não noto, não notas, estamos assim
Pálidos, feios, descabelados, sem graça
O que era feliz, agora tão comum, banal
O que era charme virou defeito brutal
O que era aceitável não se é mais suportável
Repetindo-se as doses, movimentos, prazeres
Banalizando o eterno e perfeito, único preceito


Felicidade contigo se torna utopia
No ciúme em que haveria de reacender o que sinto
Não restam nem cinzas, nesta casca vazia sem vida
Agora se entende o incerto, de início ilusório
Agora eu entendo o correto, em tardio momento
As cores perdem o brilho e o sentido, não sinto mais cheiro
Reflito sozinho, denuncio o errôneo.
Afinal...
Era apenas um sonho
(Leonardo Trovão)


Madrugada de quinta-feira, de repente deu vontade de escrever um poema, sem regras formais, apenas um poema mesmo... Poemas são legais, você não precisa definir muita coisa, afinal, só entende quem já viveu algo assim, e pra entender não é preciso explicar.
Nunca escrevi poemas, nunca tive inspiração pra isso... Não sei por que quis fazer isso hoje, mas eu quis.
Boa noite.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Seu mundo é o SEU mundo

Você pode achar lindo o pôr do sol, a sua rua, uma árvore, as cores das coisas, a vida, um funeral, uma música bem lenta e com letra feliz, o que sua mãe fala, a vida (de novo? só pra frisar), aquele sanduba depois que chega alcoolizado em casa, as cores (sempre as cores...), seu bichinho de estimação, o arroz da sua mãe, a sua mãe, uma tarde quando o sol tá assim assado, enfim, você pode achar tudo isso lindo e se entreter ali por horas. Parabéns pra você, sério mesmo, quem me dera ter os seus olhos.
Mas eu não vejo as coisas tão belas, talvez apenas as coisas que as pessoas normais (lê-se "a maioria das pessoas") acham bonito. Eu vejo concreto, asfalto, céu, nuvens, efeitos climáticos, interpretações que o cérebro faz da luz via bastonetes localizados dentro dos glóbulos oculares (lê-se CORES), animais, carne, sangue, saliva, ocasiões inusitadas e coincidências incovenientes, aquela coisa do "o que é pra ser, será" ao invés de "que triste o meu destino, a desgraça me persegue".
Você pode achar lindo ver o mundo do seu jeito, não estou lhe julgando, eu até te invejo. Por que cansei de tentar entender a beleza nas coisas e me sentir uma casca vazia por ser a única pessoa desejando desesperadamente que você se cale.
O mundo é feliz demais pra mim, as pessoas estão cada vez mais iludidas, deixando os problemas da vida real de lado e se preocupando apenas em imaginar como seria a vida se o elefante fosse cor-de-rosa, ou se eu fosse feito de chocolate.
Me deixam intrigado as pessoas que reclamam da vida, desejando voltar a ser criança... Apenas pra escapar de certas dores, não sei.
Crescer, pra mim, nunca foi tão bom.